quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Saudades que não se matam

Fez 2.ª feira precisamente um ano que estava no ar entre Bucareste e Lisboa. Era a minha última viagem após uma aventura que se inicialmente achava pouco importante no final revelou-se ter sido a experiência mais importante em 29 anos de vida.

Foram oito meses onde arrisco dizer que jamais esquecerei cada momento. Momentos altíssimos, momentos muito baixos! E momentos banais. É isto que distingue uma grande viagem da residência noutro sítio. Se pensar em todos os meses detalhadamente se calhar até foram mais os momentos difíceis do que os fáceis, mas… mas nada. Não há regras. Não há regras. E só vivendo os momentos é que depois podemos, eventualmente, compreendê-los.

Ao contrário do que pensava afinal as pessoas mudam. Para além de se adaptarem, também mudam. E eu mudei.

Agora ficam as saudades, as saudades de cada pedaço daquele país e daqueles momentos.

As únicas saudades que são possíveis de descrever são as dos crepes com chocolate, das aulas de Pilates de outro planeta, das pessoas do Bamboo, da Boulevard Unirii sem fim, dos Domingos de manhã em Bucareste, das noites a acabar no Expirat, do antro do Terminus, do Tiago a adormecer no sofá lá de casa, do Nuno e das beres, da ansiedade de ir buscar as visitas ao aeroporto, de ir ao final do dia ao Mega Image, do tofu do Mega Image!, das meninas do Caru cu Bere, do maravilhoso concerto de Nouvelle Vague, da mansão Unirii, do meu quarto..., de tanta coisa...

As outras são saudades que não se matam indo lá passar um fim-de-semana ou um mês. São saudades que não se matam, ficam connosco, só connosco.


This my excavation and today is kumran
Everything that happens is from now on
This is pouring rain
This is paralyzed

I keep throwing it down two-hundred at a time
It's hard to find it when you knew it
When your money's gone
And you're drunk as hell

On your back with your racks as the stacks as your load
In the back and the racks and the stacks are your load
In the back with your racks and you're un-stacking your load

I've twisting to the sun I needed to replace
The fountain in the front yard is rusted out
All my love was down
In a frozen ground

There's a black crow sitting across from me; his wiry legs are crossed
And he's dangling my keys he even fakes a toss
Whatever could it be
That has brought me to this loss?

On your back with your racks as the stacks as your load
In the back and the racks and the stacks of your load
In the back with your racks and you're un-stacking your load

This is not the sound of a new man or crispy realization
It's the sound of the unlocking and the lift away
Your love will be
Safe with me

Bon Iver


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